O médico e ex-deputado federal João Antônio Holanda Caldas está enfrentando um processo no Tribunal de Justiça de Alagoas por ter esquecido uma gaze no corpo de uma paciente após uma cirurgia para remoção de cisto no ovário. O material permaneceu dentro da mulher por cerca de sete anos e só foi retirado em abril deste ano. Caldas é irmão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).
O cirurgião Marcos Antônio Madeiro e o Hospital Veredas, onde o procedimento foi realizado, também são alvos da ação por danos morais, materiais e estéticos. Luana Samara, a paciente, tinha 16 anos na época da cirurgia. Após o procedimento, ela relatou fortes dores e vômitos, mas os médicos atribuíram os sintomas aos efeitos da anestesia e deram alta à paciente.
Com o passar dos anos, outros sintomas como incômodo ao urinar e inchaço na barriga apareceram, e a presença da gaze só foi descoberta anos depois durante exames ginecológicos. Laudos médicos anexados ao processo indicam que a demora em remover o item agravou o quadro de saúde de Luana. A vítima está agora buscando uma indenização de 120 mil reais por danos morais, materiais e estéticos.
Os advogados da paciente argumentam que os médicos foram negligentes e violaram o direito básico à saúde. Uma audiência de conciliação está marcada para o início de setembro para tentar solucionar o impasse. Enquanto isso, a defesa do hospital Veredas solicitou que o processo tramite em segredo de justiça, alegando que o caso contém informações sensíveis e de acesso restrito.