Economia e Negócio
Publicado em 04/02/2025 - 14h36min
Juros Altos e Crédito Caro Freiam o Mercado: Confiança Empresarial Cai 3,3%
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Juros Altos e Crédito Caro Freiam o Mercado: Confiança Empresarial Cai 3,3%
Atingindo 112 pontos em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu -3,3%, em Maceió. O resultado apurado pelo Instituto Fecomércio Alagoas em pesquisa realizada com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), confirma uma tendência de retração já observada em dezembro passado, quando o indicador registrou queda de 1,6% ao sair dos 117,7 pontos, de novembro, para 115,8 pontos.

Para o Instituto Fecomércio, a redução da confiança pode estar atrelada às condições conjunturais da economia e às expectativas dos empresários para o primeiro trimestre. “Um segundo aumento dos juros e o impacto do crédito mais caro estão afetando estas expectativas de curto prazo, sinalizando um primeiro trimestre com possíveis redução de vendas”, explica o assessor econômico, Francisco Rosário.

O recuo geral na confiança dos empresários da capital é evidenciado pelos subindicadores que compõem o Icec: o de condições atuais recuou -3,1%; o de expectativas caiu -4,2%, e o de intenções de investimento teve queda de -2,3%. Cada um destes subindicadores é formado por três variantes e, nestas, os maiores impactos negativos foram nas avaliações sobre as condições da economia (-5,3%) e sobre as condições do setor comercial (-4,7%). “Esses resultados indicam que a economia do setor como um todo está se ajustando pelo lado da oferta, segundo a percepção e as expectativas dos empresários”, afirma o economista.

Confiança sobe nas empresas menores, mas recua no setor de bens duráveis

Observando-se os dados, a pesquisa sinaliza que a confiança vem se mantendo estável nas empresas maiores (com mais de 50 funcionários), marcando 119,8 pontos, em janeiro, após registrar 120,4 pontos, em dezembro. Nas empresas com até 50 funcionários, esses marcos foram 111,8 pontos e 115,7 pontos, respectivamente. Essa melhora indica que alguns ajustes foram feitos, em dezembro, antecipando desafios para este início de ano diante de um cenário de crédito mais caro, o qual impacta tanto os negócios quanto o consumo.

Na decomposição por segmento de varejo, houve redução de -10,4% nas expectativas dos empresários do setor de bens duráveis (eletroeletrônicos, móveis e materiais de construção) e de -2,4% no segmento de semiduráveis (vestuário, tecidos, calçados), enquanto o setor de bens não-duráveis (supermercado, farmácia e perfumaria) apresentou crescimento de 3,3%.

Vale lembrar que os empresários dos setores semiduráveis e duráveis vinham em crescimento na reta final de ano devido ao estímulo ao consumo desse período. Porém, em janeiro, ajustaram as expectativas para baixo. “Esse ajuste geral de expectativas mostra o humor do empresariado quanto às condições de consumo do primeiro trimestre de 2025, particularmente refletindo a alta da inflação de alimento, a alta dos juros e o pico do dólar no final de 2024, além do impacto disso na recomposição de estoques e da capacidade de consumo da população”, analisa Rosário.

Ainda de acordo com a pesquisa do Instituto Fecomércio, em relação a investimentos, o cenário não está dos melhores, uma vez que a Intenção de Contratação de Novos Funcionários (ICEC) teve redução de -7,9%, na comparação mensal. Quanto aos estoques, entre os empresários de bens duráveis houve redução de -7,1%, refletindo um pouco de desânimo acerca do consumo e da baixa destes estoques. Entre os empresários de bens semiduráveis e não-duráveis os ânimos estão melhores, registrando crescimento do otimismo em 7,6% e em 6,8%, respectivamente.
(Assessoria)
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