Polícia
Publicado em 02/05/2024 - 08h19min
FPI do São Francisco apreende mais de 200kg de lacticínios impróprios para consumo
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Redação
Foto: Assessoria
FPI do São Francisco apreende mais de 200kg de lacticínios impróprios para consumo
A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) durante uma operação, realizada, nessa terça-feira (30), encontrou uma Fábrica Clandestina de queijo coalho na zona rural de Craíbas, no Agreste de Alagoas.  Cerca de 200 quilos de queijo impróprios para consumo humano foram apreendidos.

A queijaria funcionava sem licença ambiental e sem autorização para produzir e comercializar produtos que representam risco à saúde pública. As instalações eram precárias, com paredes e tetos tomados por mofo, equipamentos enferrujados, panos sujos e presença de moscas. A proprietária da residência alegou que a produção era para consumo próprio, mas cerca de 60 quilos de queijo foram encontrados em um freezer localizado na residência da família.

Segundo a coordenação da equipe, a produção e área de manipulação de alimentos devem ser vedadas à entrada de vetores, pragas e outros contaminantes, com pisos, paredes e tetos em superfície higienizável, evitando o risco do acúmulo de sujidades e outros contaminantes. Os materiais, utensílios e equipamentos também devem ser constituídos de materiais higienizáveis, permitindo a higienização e sanitização deles antes e após a produção dos produtos de origem animal.

“Todos os produtos derivados lácteos devem permanecer refrigerados, o que não era prática dos responsáveis pelo produto em questão. Além das necessidades de infraestrutura, existe também a necessidade de capacitação de todas as pessoas responsáveis pela manipulação, desde a matéria-prima, até o produto final, para que todo o processo de produção seja executado com a segurança adequada dos alimentos”, explica a coordenação do grupo.

Em virtude das irregularidades encontradas, os proprietários das duas queijarias receberam autos de infração que podem ser convertidos em multas. Eles também deverão se apresentar ao Sistema de Justiça para responder por crime ambiental. Já o queijo e utensílios de fabricação apreendidos foram destinados no Centro de Tratamento de Resíduos de Craíbas.

Riscos à saúde

O consumo de queijos produzidos a partir de leite não pasteurizado (leite cru) oferece diversos riscos microbiológicos significantes, frequentemente ignorados pela população, que se torna vítima das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs).

As DTAS decorrentes do consumo de queijos produzidos em condições irregulares são infecção por salmonella, listeriose, tuberculose, febre tifoide, campilobacteriose e difteria.
A equipe de Produtos de Origem Animal explica que os microrganismos que levam às DTAs podem ser veiculados pelas fezes e glândulas mamárias (tetas) da vaca, tal como pelas condições higiênico-sanitárias do estábulo de ordenha e pelas próprias mãos do ordenhador. Tais agentes patológicos podem estar presentes no leite cru e, consequentemente no queijo produzido a partir dele, sem pasteurização.

“Essas bactérias podem prejudicar a saúde de qualquer pessoa que consuma o leite cru e seus derivados. No entanto, vale destacar que elas podem ser extremamente perigosas para pessoas com alterações em seu sistema imunológico. Refiro-me a pacientes transplantados e indivíduos portadores de doenças crônicas, assim como crianças, idosos e gestantes”, alerta a coordenação da equipe de Produtos de Origem Animal.

A produção clandestina também provoca danos ao meio ambiente, visto que são lançados efluentes contaminadores dos recursos hídricos, e prejuízos à concorrência leal no comércio de laticínios. Além dos investimentos em condições regulares de produção, a queijaria legalizada eventualmente tem como concorrentes produtos impróprios para consumo humano com embalagens e selos oficiais de autorização falsificados, que, por esse motivo, são vendidos por valores menores.

(com Assessoria)
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