Professor Edson Moreira recebe Moção de Aplauso por sua luta em defesa da memória afro em Alagoas

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Publicado em 20/11/2024 - 06h59min

Professor Edson Moreira recebe Moção de Aplauso por sua luta em defesa da memória afro em Alagoas

Proposta pelo vereador Cleber Costa solenidade reuniu lideranças negras de alagoas

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Professor Edson Moreira recebe Moção de Aplauso por sua luta em defesa da memória afro em Alagoas

A valorização da cultura africana com sua intensidade e expressão foram celebrados em sessão solene na Câmara Municipal de Maceió. Proposta pelo vereador Cleber Costa (PL), a Moção de Aplauso ao professor Edson Moreira, reuniu dezenas de artistas expoentes da cultura negra, em Alagoas. Um dia antes do feriado de 20 de novembro data em que o país parou para celebrar a consciência negra contra o racismo um dos que mais lutou para ela se tornar realidade foi homenageado pela Casa de Mário Guimarães.

Ao som de tambores africanos e cânticos afro a solenidade foi conduzida pelo parlamentar. O pesquisador e professor Edson Bezerra em sua exposição destacou a luta para o tombamento da Serra da Barriga. Revelou que aprendeu muito para sua atividade profissional e para a vida com o conhecimento de Moreira.

"Sou um negro que aprendi a ser negro a partir de minhas origens. Você é um tradutor da alma negra alagoana. Na verdade você me ensinou sobre minha negritude. Venho aprendendo muito. Foi com você que conheci o Mestre Zumba e do Cemitério dos Elefantes", disse ao homenagear o professor Edson.

Em seguida o Mestre Clone da capoeira também usou a palavra disse que chama Edson de Ganga Zumbi, que é uma junção dois maiores líderes. "O seu conhecimento ficará enquanto o berimbau tocar. Hoje estamos em mais de 160 países. O senhor conseguiu resgatar a história do Mestre Zumba, que tem uma de suas obras no Vaticano", falou Clone.

Wilson Santos tratou Edson como "Guerreiro" por conta de sua luta pela preservação da memória negra e para reunir lideranças negras. "Por conta de lutas como o professor Edson avançamos alguns paços, mas precisamos de muito mais. Pessoas como Edson têm que ecoar e está com nossa gente e nossos tambores, em nossas mentes e em nossos discursos", defendeu o músico.

A líder religiosa das religiões afro de Alagoas, Mãe Miriam, falou parte do reconhecimento que conquistou no Estado foi por conta da mobilização do professor Edson pelo respeito as religiões de matriz africana. Destacou também o papel de sua esposa Lucinha que consegue garantir para o professor ter tido condições

"Ele me levava nas faculdades e colégios para que eu falasse de minha religião e meu nome foi aparecendo e fomos crescendo. E é um homem católico mas respeita todas as religiões, em especial as de matriz africana. Agradeço muito a luta que teve por todos nós",

Mãe Miriam lembrou da busca do professor Edson Bezerra que foi quem lutou pelo reconhecimento e celebração do Xangô Rezado Alto em Alagoas.

Durante seu pronunciamento o vereador Cleber Costa lembrou que Edson Moreira foi um dos principais articuladores para a criação do feriado estadual do Dia de Zumbi, no 20 de novembro. Iniciativa que posteriormente foi apresentada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva que no ano passado transformou a data em feriado nacional.

"O professor Edson é uma pessoa que dedica sua vida a memória africana em Alagoas e por isso fez muitas ações, muitas delas pagas com seus próprios recursos. De modo que reconhecer sua luta é imprescindível para quem reconhece a importância da história e preservação da memória", explicou Cleber.

Em nome do professor Edson discursou sua filha Moema que relembrou a trajetória do pai que há 60 anos ajuda a preservar a cultura negra em Alagoas. É importante reconhecer que aos 80 anos de uma luta que ele descreveu como " árdua e contínua". Desistir conforme revelou nunca foi opção.

"Enfrentou o racismo com as armas que possuía. Com poemas, desfiles e ações mostrou a beleza da cultura negra. Fosse em palestras e entrevistas sempre lutou pela representatividade do negro em todos os lugares de poder. Ensinou história afro-indígena nas escolas e lutou para que por lei fosse ensinado em todas as escolas estaduais. Em 2003 uma lei federal isso foi instituído no Brasil. Para ele isso sempre foi algo considerado importante. Sempre soube da importância de que difundir que a resistência dos negros teve seu destaque aqui em Alagoas", disse Moema.

A homenagem da Câmara Municipal foi entregue por sua esposa Lucinha que foi chamada para o momento solene. Ao final mais tambores e cânticos afro ecoaram no auditório Silvanio Barbosa.

(Assessoria)

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